My Bonnie lies over the ocean

My Bonnie lies over the ocean” é uma canção tradicional do folclore escocês, além de um standard da música popular ocidental – muitas, muitas e muitas gravações dela já foram feitas. Essa minha foi feita em janeiro, em Aracaju/SE. Os arranjos e instrumentos (todos virtuais) são meus, e a arte da capa é de Luciana Leal.

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

Eis a melodia cifrada da versão que gravei.

MyBonnieLiesOverTheOcean-MelodiaCifrada

Se tiver interesse no arranjo completo desta minha gravação, o songbook está disponível aqui na Amazon, com letra cifrada, grade completa e partes cavas para voz, violino, fagote, trompete, piano, piano elétrico, sintetizador e baixo.

Capa do songbook My Bonnie lies over the ocean
My Bonnie lies over the ocean - Songbook (2022, Aracaju, Sergipe). Para  voz, violino, fagote, trompete, piano, piano elétrico, sintetizador e baixo. Com letra cifrada, grade completa e partes cavas.

Por fim, a publicação no YouTube vem acompanhada de letras e cifras síncronas. Ouça, curta e toque junto a seguir.

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Rampeira

Rampeira é meu novo single, canção composta e gravada em novembro de 2021. A arte da capa é de Luciana Leal.

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

Eis a letra:

Na feira de Maringá
Rampeira de Pernambuco
A freira quererá
Brincadeira com o eunuco
Arreia, senta a pua
Cabeceia nua

Rampeira de Maringá
Na feira de Pernambuco
A feia quererá
Brincadeira com o cabrunco
Ateia que é fogo
Chicoteia que é nu

Na feira de Maringá
Rampeira de Pernambuco
Rampeira de Maringá
Na feira de Pernambuco
Maringuei, tô maluco
Quero a que tem dor

As 3 estrofes da letra são cantadas sobre a mesma melodia, que é essa:

Partitura da voz da música Rampeira, de Fábio Cavlalcante

A publicação no YouTube traz letra e cifras.

E a partitura do arranjo completo está neste songbook abaixo, disponível na Amazon. Ele vem com letra cifrada, grade completa e partes cavas para voz, piano, piano elétrico, sintetizadores e contrabaixo.

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Matinta

Esse novo single é um instrumental feito com o pensamento na Matinta Pereira, famosa bruxa do norte do Brasil (pra quem não sabe!).

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

A capa é da Luciana Leal. O rosto é, originalmente, um detalhe de uma estampa dela.

Por sinal, em junho passado a Lu fez um pequeno e-book contando uma história diferente da Matinta – não como a velha agourenta, e sim como “uma pequena heroína muito esperta”. Vale à pena conhecer. Por isso eu pedi e ela me deixou colocá-lo aqui.

MATINTA-by-Lu-compactado

E o vídeo da Matinta que preparei pro YouTube é cheio de excertos da partitura. Assista abaixo.

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Pretinha d’Angola

Pretinha d’Angola é uma dança tradicional do Pará. Dançada desde o tempo da escravidão, a coreografia tradicional, feita só por mulheres, acompanha e imita os gestos descritos nos versos, que também vêm dos antigos escravizados. É uma música que toquei aos montes, muito quando flautista do grupo para-folclórico Tanguru-Pará.

Essa gravação foi feita em agosto de 2021. Ouça, curta e comente à vontade.

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

A arte capa é de Luciana Leal. As imagens abaixo guardam um pouco do processo criativo dela.

O songbook com transcrição das duas vozes (voz e baixo) está na aqui na Amazon. Acompanha as partes cavas e letra cifrada.

Capa do songbook Pretinha d'Angola
Pretinha d'Angola - Songbook (2021, Aracaju, Sergipe). Para voz e contrabaixo. Com grade, partes cavas, e letra com cifras.

Quanto à letra, gravei ela da forma que gravei porque era assim que cantávamos no Tanguru-Pará. No entanto, dependendo do lugar ou do grupo a cantar, são comuns variações melódicas e nos versos. Cito aqui, a título de registro, duas estrofes que não gravei, mas que são comumente cantadas: “Arranca, arranca o meu carão / Meu carão tá duro, eu não posso arrancar“, usualmente cantada logo após “É assim que a cabra pula / É assim que a nega rebula“; e “As pretinhas d’Angola, oxalá / Preta ficou, oxalá / Quem matou, quem roubou, as pretinhas d’Angola oxalá ficou“.

Bem, eis a letra tal como gravei:

Oh, que preta é aquela que vem acolá?
É pretinha d’Angola d’Umarizá

É d’Umarizá ,é d’Umarizá
É pretinha d’Angola d’Umarizá

Atrepei pelo toco, desci pelo gaio
Oh, morena, me apara senão eu caio

Eu caio, eu caio, eu caio, eu caio
Oh, morena, me apara senão eu caio.

Eu vi andorinha, eu vi avoar
Eu vi borboleta nas ondas do mar

Eu vi, eu vi, eu vi, eu vi
Eu vi borboleta nas ondas do mar

Olha a surucucu que quer te pegar
No toco da cana do canaviá

Eu vi, eu vi, eu vi, eu vi
No toco da cana do canaviá

O que te fizeram? O que te fizeram?
No toco da cana do canaviá

Eu vi, eu vi, eu vi, eu vi
No toco da cana do canaviá

Enrola boi na maresia
Enrola boi-bumbá
Eu quero ver a nega rolar
Enrola boi-bumbá

Enrola bem, enrola mal
Enrola boi-bumbá
Eu quero ver a nega rolar
Enrola boi-bumbá

Oh, me rala esse coco e me dá um pedaço
Depois tira o leite e me dá o bagaço

É assim que a cabra pula
É assim que a nega rebula

Mamãe pisa o milho; ó, filho, eu tô pisando
A senhora pisa e eu vou peneirando

Eu vou peneirando, eu vou peneirando
A senhora pisa e eu vou peneirando

Eu tava na minha casa, marimbondo me ferrou
Eu tava na minha roça, marimbondo me ferrou

Ai, Jesus, meu Deus, marimbondo sou eu
Ai, Jesus, meu Deus, marimbondo sou eu

Me ferrou na cabeça – Marimbondo sou eu
Me ferrou no pescoço – Marimbondo sou eu
Me ferrou na minha boca – Marimbondo sou eu
Me ferrou no meu peito – Marimbondo sou eu
Me ferrou na barriga – Marimbondo sou eu
Me ferrou no gostoso – Marimbondo sou eu

Ai, Jesus, meu Deus, marimbondo sou eu
Ai, Jesus, meu Deus, marimbondo sou eu

Laurimar leal (grande Mestre da arte plástica santarena) em uma entrevista em 2010 (feita no âmbito do projeto “Músicas de Domínio Público do Folclore Santareno“, que desenvolvi com o apoio de uma bolsa do Instituto de Artes do Pará), lembra que, até por volta de 1945, o carnaval santareno era animado pelo grupo de Pretinhas d’Angola, que brincavam e dançavam nas casas de particulares. E mais: ele traz à tona uma discussão sobre o termo “Umarizá”. É que, em Belém, os grupos cantam assim: “É Pretinha d’Angola do Umarizá“, dizendo ser uma referência ao bairro do Umarizal (hoje um dos mais caros da capital paraense, mas que, a maior parte do tempo, foi bairro popular com forte presença negra). Laurimar afirma que desde criança ouvia a música sendo cantado em Santarém com o verso “É pretinha d’Angola do Urumarizá“, referindo-se à antiga região da cidade chamada de Urumarizal, e que hoje é o bairro do Urumari. “Umarizá” seria uma adaptação e invenção posterior dos belemenses. A entrevista completa com Laurimar está aqui:

E deixo aqui a transcrição de Pretinha d’Angola que fiz para o livro “Músicas de Domínio Público do Folclore Santareno | Livro de Partituras I – Melodias“, parte do mesmo projeto no qual entrevistei Laurimar.

PretinhaDangola-Partitura

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Kyrie Eleison

Compus este “Kyrie Eleison” no início do ano. A gravação, feita em abril, é minha primeira de 2021.

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

A arte da capa é de Luciana Leal, feita sobre um detalhe de um mural pintado por Valério Fiel da Costa.

Eis a letra:

Para em silêncio
Tenta se ouvir
E a voz de dentro
Tá nem aí
Corre pra rua
Chuta um cão
Que nada sente
Grita em vão

Levanta da cova
É hora de se perder na bruma
Acordar dentro do quinto sono
E nunca mais dormir
Ou só dormir

Retumba e deita
Tem tempo pra se perder na hora
Nada acontece pra quem ora
Oremos assim
Pro coisa ruim:

“Kyrie Eleison
Christe Eleison
Kyrie Eleison, bu!”

A publicação no YouTube traz letra e cifras.

O songbook, disponível na Amazon, vem com letra cifrada, grade completa e partes cavas para voz, piano, piano elétrico, sintetizadores e contrabaixo.

Capa do songbook Kyrie Eleison, de Fábio Cavalcante
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Badinerie

Gravei neste dezembro a Badinerie, o movimento final da Suíte Orquestral nº 2, de Bach. Nessa minha versão deixei só a melodia principal da peça original. Ela é acompanhada por uma linha de baixo e base rítmica com instrumentos virtuais.

Usualmente tocada em andamento rápido, a melodia é apresentada aqui bem mais lenta que o usual.

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

O vídeo no YouTube traz junto a partitura da melodia do baixo. Assista aqui:

E a arte da capa (pai d’égua, como sempre!) é da Luciana Leal.

Capa do single Badinerie, de Fábio Cavalcante

Esse é o terceiro single que gravo com música de Bach. Os outros dois, se quiser ouvir (ou reouvir) também, foram a Fuga II do 1º livro do Cravo Bem Temperado (aqui, de abril de 2019), e Allemande do solo para flauta transversal (aqui, de 2015). Se tudo der certo, outros virão!

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Urubu malandro

Eis uma gravação minha de Urubu Malandro, feita em setembro de 2020 (lançada em outubro), e com arte da capa de Luciana Leal.

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Urubu Malandro é um antigo tema folclórico da região norte do estado do Rio de Janeiro (e há debates sobre sua real autoria), e um clássico do repertório do chorinho. Sua influência na história da música popular brasileira pode ser medida na quantidade de citações e coisas às quais deu nome: grupos musicais (aqui, aqui, aqui, aqui), eventos e publicações como os cadernos Urubu Malandro do Clube do Choro de São Paulo.

O songbook desse lançamento, com grade completa e partes cavas para órgão eletrônico, violão, piano, e sintetizadores de baixo, está disponível aqui no site da Amazon.

Capa do Songbook Urubu Malandro, de Fábio Cavalcante

E essa é uma transcrição que fiz do tema, e que serviu de base pra gravação.

Urubu_malandro_partitura_do_tema

Pra finalizar, deixo aqui as duas gravações mais antigas do Urubu Malandro. A primeira é a de Lourival Inácio de Carvalho, o Louro, gravada em 1913, e que saiu com o título de “Samba do Urubu”, além de com autoria do próprio Louro. A segunda é a de Bahiano, com o Grupo da Casa Edson, gravada no ano seguinte, 1914.

Samba do urubu – Grupo do Louro (1913)
Urubu Malandro – Bahiano / Grupo da Casa Edison (1914)

Capa do Single Urubu Malandro, de Fábio Cavalcante
Arte da capa de Luciana Leal
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Para Deus, nada é impossível

Esse é meu mais novo single, “Para Deus, nada é impossível”, gravado neste agosto de 2020, num processo onde a composição foi sendo feita simultaneamente com a própria gravação no estúdio, o que lhe deu alterações abruptas de clima, como colagens. A letra, quase falada, também foi pensada desde o inicio para ser editada. A ideia foi dividir as frases em sílabas, e amontoá-las umas sobre as outras. As frases então se revelam gradualmente, à medida que as sílabas soam mais distantes umas das outras. Eis a letra:

“Para Deus, nada é impossível
Para Deus, nada não é possível
Para Deus, nem tudo é possível
Para Deus, tudo é impossível”

E eis a música:

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

A partitura que preparei para o songbook tem algumas particularidades que gostaria de comentar aqui. O posicionamento das notas da parte vocal se deu com o arrastar das gravações das sílabas, e sem preocupação com os tempos da métrica. Assim, o leitor vai encontrar nesta parte da voz uma escrita desse tipo:

Símbolo de notação musical moderna na música "Para Deus, nada é impossível".

O garrancho que surge com o amontoado das letras corresponde ao amontoado sonoro também incompreensível da gravação, e o colchete sobre os grupos de notas delimitam o local dentro dos compassos onde as notas foram arrumadas.

Quanto ao piano, ele foi gravada em um sequenciador, e alguns trechos são inviáveis para mãos humanas. Assim, se alguém quiser tocá-los, não vai conseguir. Esse é um trecho:

Trecho de partitura para piano impossível de tocar

O Songbook, com a grade completa e partes cavas para voz, sax barítono, piano, sintetizadores, e contrabaixo, está disponível no site da Amazon.

Capa do songbook "Para deus, nada é impossível"

O lyric video no YouTube traz as cifras (onde há harmonia funcional) e letra a correr junto com a música. Se tiver interesse nisso, assista-o aqui:

A arte da capa é de Luciana Leal.

Capa do single "Para Deus, nada é impossível", de Fábio Cavalcante, por Luciana Leal.
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Flor amorosa

A polca “Flor amorosa” foi composta por Joaquim Callado no seu último ano de vida, 1880, quando faleceu prematuramente, aos 31. O compositor e flautista já era reconhecido como a figura mais importante da cena do Choro que surgia na época. Flor amorosa foi mesmo sua última música, tendo sido publicada em partitura logo após a sua morte, com versos de Catulo da Paixão Cearense. A música se tornou um clássico do choro, e, provavelmente, a sua mais famosa composição. Neste mês de maio, gravei a música de Callado (instrumental, sem a letra de Catulo) numa versão bastante eletrônica. Ouça:

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

A gravação foi feita a partir deste arranjo a duas vozes abaixo. A voz superior é, obviamente, a melodia original; o baixo é criação minha.

FlorAmorosa-ManuscritoFabioCavalcante

A arte da capa é do designer Geraldo Gonçalves.

Arte da capa do single Flor Amorosa, de Fábio Cavalcante, criada por por Geraldo Gonçalves.

A primeira gravação de Flor amorosa é de 1902, feita na Casa Edison pelos Irmãos Eymard, na alvorada do registro sonoro no Brasil, visto que a primeira gravação no país havia sido feita no mesmo ano. Ouça aí essa delícia.

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Fuga II

Esta é a Fuga nº 2 em dó menor, do primeiro livro do Cravo Bem Temperado, composto por Johann Sebastian Bach em 1722. As três vozes da peça, escrita para cravo, são cantadas aqui com sons de arrotos meus.

OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:

A produção desta Fuga II (gravação, onde contei com a ajuda de uma latinha de coca-cola; edição de som e mixagem no Reaper) está registrada neste pequeno vídeo logo abaixo.

Em 2000, gravei uma primeira versão dessa ideia (a Fuga II “arrotada”), especialmente para uma apresentação do duo Artesanato Furioso. É a versão a seguir.

A arte da capa foi feita pela Luciana Leal.

Partitura manuscrita da Fuga II do livro no 1 do Cravo bem-temperado, de J. S. Bach
Fuga 2 em cópia manuscrita do compositor, feita no ano da composição (1722). O fac-símile completo do livro está disponível no International Music Score Library Project.
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