Categoria: Folclore

  • A coleção Bois de Ourém foi lançada em julho de 2006, em Belém, durante o tradicional Arrastão do Pavulagem. Na época eu apresentava aos sábados o programa “Sala de reboco”, na rádio Tembés, de Ourém, onde os amos dos bois haviam participado diversas vezes, e gravado algumas centenas de músicas. Empolgado com a beleza daquelas toadas, que são criadas aos montes por lá, fiz uma seleção de seis músicas de cada um dos quatro grupos do lugar, para produzir os dois discos. O “Bois de Ourém Vol. 1” é com os bois “Flor-do-Campo” (de Mestre Julião – da comunidade do Mocambo) e “Ouro Fino” (de Mestre Cardoso). O Volume 2 traz os bois “Pai-do-Campo” (Mestre Faustino) e “Geringonça” (Mestre Tuíte).

    O encarte do disco “Bois de Ourém Vol.1” vinha com uma breve história dos bois, dos amos, e a ficha técnica que reproduzo abaixo:

    Flor-do-Campo

    O mais antigo boi de Ourém em atividade é o do Mocambo – localidade quilombola próxima à sede do município. O fundador da brincadeira foi Sebastião dos Santos “Bofiá”, falecido em 1961. Em 64, Julião dos Santos, filho do Bofiá, assumiu o brinquedo e até hoje mantém a tradição. O boi foi vencedor de diversos concursos de Boi-Bumbá realizados na região. O grupo comandado por Julião teve várias denominações, como “Ás de ouro”, “Flor da mocidade”, “Flor da fazenda”, “Mimo dourado” e “Mimo do gado”. O nome “Flor-do-Campo” está registrado há quatro anos.

    Ouro Fino

    O Ouro Fino surgiu em Ourém, no bairro do Porão, no ano de 1993, junto com a chegada à cidade de seu comandante José Ribamar Cardoso. Nascido na Parnaíba, Piauí, Mestre Cardoso foi amo de boi pela primeira vez, ainda na sua terra natal, aos 14 anos, com o “Dominante”. São quase seis décadas colocando o boi pra brincar. Em 2005, Mestre Cardoso gravou seu primeiro disco – “Galo de campina”.

    Músicos do Flor-do-Campo

    Tambores: Luís Carlos Rodrigues “Rato”, Zé Ferreira, Zé Francisco, João Batista “Bulica” e Simião.
    Pandeiro e voz: Julião dos Santos.
    Maracás: Zé Francisco, José Walter dos Santos “Waltinho” e Luís Carlos Rodrigues “Rato”
    Triângulo: Fabinho
    Onça: Walter dos Santos “Waltinho”
    Coro: Zé Francisco, Luìs Carlos Rodrigues “Rato”, Zé Ferreira e João Batista “Bulica”.

    Músicos do Ouro Fino

    Elielson “Dodô” Medeiros Conceição: Atabaque, Pandeiro, triângulo e Coro.
    Elailson “”tarugo” Medeiros Conceição: Tambor e Coro.
    Evanilson “Bran” Medeiros Conceição: Tambor e Coro.
    Edenilce “Ina” Medeiros Conceição: Coro.
    Elza Nira Medeiros Conceição: Coro.
    José Cardoso: Voz e onça.

    Produção, gravação e texto: Fábio Cavalcante.

    Você ouve as músicas do disco “Bois de Ourém Vol. 1” no tocador abaixo. Para baixar o disco completo, clique aqui (arquivo zip). E para baixar as letras das toadas, aqui.

  • De 18 de dezembro a 1° de janeiro foi festejada a Marujada em Bragança (PA). Os ensaios no barração; a Furiosa tocando no coreto da praça; marujos e marujas de todas as idades dançando e se divertindo em louvor ao santo preto; as ladainhas das comitivas; cavalhada – que bela festa! O regional que mandava as danças pros marujos era formado por Zito e Lúcio (rabeca), Manel (Pandeiro), Zeca (Tambor), Kleber, Seu Pedro e Fernando (Banjo) e Júnior Soares (Violão).

    Na festa da marujada, os marujos dançam roda, retumbão, xote, chorado, mazurca, arrasta-pé, valsa, a contradança… As gravações disponíveis aqui foram feitas por mim durante os ensaios e nos dias da festa.

    Para baixar as músicas acima em um único arquivo, clique aqui (arquivo zip).

  • A toada Estrela Dalva, de Mestre Cardoso, amo do boi Ouro Fino de Ourém, está no repertório do arrastão que o Arraial do Pavulagem realiza esse sábado de manhã, logo após a chegada da imagem da santa na escadinha do cais do porto. Mestre Cardoso vem à capital junto com outros amos daquele município, e vão mostrar a sua brincadeira na praça dos estivadores, antes da saída do arrastão. E na chegada, na praça do Carmo, Cardoso deve cantar junto com a batalhão a sua toada Estrela Dalva, que foi composta esse ano para o arrastão de Ourém, realizado em maio.

    Os bois de Ourém têm vindo regularmente aos arrastões do Pavulgem. Em junho deste ano, participaram Mestre Faustino e Tuíte, e o seus bois Pai-do-Campo e Geringonça; e quanto ao Cardoso, essa é a terceira vez que ele vem.

    Esse vídeo é uma montagem com duas gravações: a primeira foi feita na casa do Mestre, em Ourém, dia 14 de junho; e a segunda, durante o ensaio do dia 10 de outubro, no Centur, quando Cardoso veio à Belém para ensaiar com o batalhão. A letra da toada é a seguinte:

    Estrela Dalva
    (Mestre Cardoso)

    Eu vi a Estrela Dalva / Que brilhou na primavera
    Ela vive em um jarro / Aonde tem flores belas
    E entre todas as estrelas / Não tem uma igual a ela

    Eu vi a Estrela Dalva / Que brilhou no oceano
    Tava na beira da praia / O vento forte soprando
    E entre todas as estrelas / Ela é a maior do ano

    Hoje eu fui convidado / Pra fazer essa viagem
    Convidei meu batalhão / Pra fazer essa montagem
    Homenagem ao Malhadinho / E ao Arraial do Pavulagem

  • Aqui estão imagens e sons de alguns grupos musicais do interior paraense que vieram à Belém tocar na Casa das 11 Janelas, durante a 1ª Conferência Estadual de Cultura, nos dias 6, 7 e 8 de julho. Um palco foi montado no cais, e as apresentações começavam 21 horas. Pena que foram noites bastante chuvosas, e o público não tinha onde se proteger. Veja fotos dos índios Wai-wai, da Família Castro, da Marujada de Quatipuru e do Boi Estrela D’alva.

    Ouça aqui o som dos grupos:

    Sobre as faixas acima:

    1. Licença (Boi Estrela Dalva, de São Sebastião da Boa Vista)
    2. Dona Bela(Família Castro, de Almerim)
    3. Manjerona miudinha (Família Castro)
    4. O meu anel caiu na praça (Família Castro)
    5. Xô peru! (Marujada de Quatipuru)
    6. Cajueiro (Os Quentes da Madrugada, de Santarém Novo)
    7. Caçadores (Índios Wai-wai, de Oriximiná)

    Para baixar todas as faixas em um único arquivo zip, clique aqui.

  • Derrubada dos mastros de São João, no último arrastão junino do boi Pavulagem. Gravado no dia 1° de julho de 2007, na Praça da República, na chegada do cortejo. Foi muito pai dégua! Agora é esperar o Círio, pra arrastar na Cidade Velha!