Esta é a Fuga nº 2 em dó menor, do primeiro livro do Cravo Bem Temperado, composto por Johann Sebastian Bach em 1722. As três vozes da peça, escrita para cravo, são cantadas aqui com sons de arrotos meus.
OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:
A produção desta Fuga II (gravação, onde contei com a ajuda de uma latinha de coca-cola; edição de som e mixagem no Reaper) está registrada neste pequeno vídeo logo abaixo.
Em 2000, gravei uma primeira versão dessa ideia (a Fuga II “arrotada”), especialmente para uma apresentação do duo Artesanato Furioso. É a versão a seguir.
Fuga 2 em cópia manuscrita do compositor, feita no ano da composição (1722). O fac-símile completo do livro está disponível no International Music Score Library Project.
Estão postados no Youtube os vídeos das 4 peças tocadas na apresentação do Artesanato Furioso que aconteceu no Instituto de Ciências da Arte (ICA), dia 23 de setembro de 2007, às 20 horas. A filmagem foi feita pelo Fábio Amaral. Mais informações sobre essa noitada: aqui mesmo no blog, no post “Artesanato Furioso no ICA – áudio“.
02. Kensho (Valério Fiel da Costa) Allan Carvalho: Cadeira, roque-roque, percussão, microfone e voz Cláudio Costa: Cadeira, roque-roque, percussão, microfone e voz Valério Fiel da Costa: Cadeira, roque-roque, percussão, microfone e voz
03. Cirurgião (Fábio Cavalcante) Alan Fonseca: Tarraxa de violão Cláudio Costa: Tarraxa de violão e pente. Fábio Cavalcante: Violão, pente e faca Valério Fiel da Costa: Sons gravados
04. Trash plastic (Valério Fiel da Costa / Lilian Campesato) Fábio Cavalcante: Plástico, microfone, lata de cerveja e fita gomada Valério Fiel da Costa: Plástico, copo e papel
Esta foi a segunda noite do espetáculo “Artesanato Furioso no ICA”. Mais adiante disponibilizarei os vídeos da primeira noite (22/09), com as peças “Cu cagão”, “Silêncios, peixes e assombrações subaquáticas”, “Pérola”, “Missa” e “Música de microfonia”.
1. Cu cagão (Fábio Cavalcante) – partitura Allan Carvalho: Coro, Pano Fábio Cavalcante: Coro, Sons gravados Renato Torres: Voz, Balão Valério Fiel da Costa: Coro, Velcro
2. Silêncio, peixes e assombrações subaquáticas (Valério Fiel da Costa) – partitura Arthur Alves: Cello com delay Valério Fiel: Piano preparado
3. Missa (Valério Fiel da Costa) – partitura Alan, Allan, Cláudio, Judson, Renato: Panelas Valério Fiel da Costa: Voz, Teclado
4. Música de microfonia (Valério Fiel da Costa / Fábio Cavalcante) – partitura Fábio Cavalcante: Microfone, Toca-disco, Máquina de chuva, Balão Valério Fiel da Costa: Microfone, Rádio, Sons gravados, Roque-roque, Balão, Molho de conchas
Domingo, 23 de setembro, 20h
1. Poluição sonora (Fábio Cavalcante) Allan Carvalho: Balão Cláudio Costa: Copos, Isopor Fábio Cavalcante: Sons gravados Valério Fiel da Costa: Copos, Isopor
2. Kensho (Valério Fiel da Costa) – partitura Allan Carvalho: Cadeira, Roque-roque, Percussões e Voz Cláudio Costa: Cadeira, Roque-roque, Percussões e Voz Valério Fiel da Costa: Cadeira, Roque-roque, Percussões e Voz
3. Cirurgião (Fábio Cavalcante) Alan Fonseca: Tarraxa de violão Cláudio Costa: Tarraxa de violão Fábio Cavalcante: Violão, Pente e Faca Valério Fiel da Costa: Sons gravados
4. Trash plastic (Valério Fiel da Costa / Lilian Campesato) Fábio Cavalcante: Plástico, Microfone, Lata de cerveja, Fita gomada Valério Fiel da Costa: Plástico, Copo, Papel
Fiz o Cu cagão (CC) para ser tocado na quinta edição do Artesanato Furioso. Vinha gravando desde janeiro os sons de algumas cagadas, e com a confirmação junto ao Valério de que esse ano iríamos tocar novamente, pensei em montar essa peça. Esta não é a primeira música “escatológica” nas costas do Artesanato. Na primeira edição, em 2000, fiz uma peça eletroacústica baseada em sons de arroto – as amostras “cantavam” a Fuga 1 de Bach. É essa abaixo.
A peça foi escrita para “sons gravados”, vozes, balão, pano e velcro; e no dia da apresentação tocaram os músicos Allan Carvalho (no pano), Fábio Cavalcante (sons gravados), Renato Torres (balão e voz) e Valério Fiel da Costa (Velcro). Todos ajudavam no coro. Como a gravação ao vivo não ficou muito boa – o ar-condicionado ficou ligado e o vento batia às vezes de frente no microfone gravador – resolvi fazer essa gravação em estúdio. Tirei dela o velcro, que então me pareceu desnecessário.
Para ouvir outras músicas do Artesanato Furioso, visite a página do duo no no Sítio FGC `Produções.
Criado em 2000 por mim e Valério Fiel da Costa para apresentar nosso trabalho com eletroacústica, improvisação e indeterminação, o Artesanato Furioso chegou na sua quinta edição. Às 24:00h na Pauta Maldita do Teatro Waldemar Henrique (de novo eu lá, já que a abertura da “Pauta”, duas semanas antes, foi com o Doristi), nos apresentamos por duas noites. No dia 28 de fevereiro, com a peça Satori, do Valério, pra seis intérpretes, e com duas horas de duração. Assista aí a filmagem de Satori, e leia a partitura aqui.
Nesta apresentação tocaram os músicos Alan Fonseca (sopros), Allan Carvalho (cordas), Cláudio Costa (percussões), Fábio Cavalcante (sons gravados), Renato Torres (voz) e Valério Fiel (sintetizador).
O porão estava escuro e havia uma luminária e um microfone para cada intérprete, com exceção do Valério que, ao invés de um microfone, tinha um sintetizador ao lado. Para seguir a própria partitura, cada um usava um cronômetro – isso garantia também a independência do tempo de cada execução em relação às demais. E isso era importante: cada intérprete devia se manter indiferente aos outros, sem, por exemplo, tentar se “encaixar” em pulsos alheios. Ao mesmo tempo, certos sincronismos já estabelecidos pela partitura se tornavam inevitáveis com o uso do cronômetro – silêncios recorrentes a cada meia hora por exemplo, e os ataques simultâneos da voz (Renato Torres) e do sopro (Alan Fonseca), na primeira hora da peça (o primeiro módulo dos dois era: “1 hora tocando a mesma figura a cada 1 minuto”).
Na primeira metade da apresentação ficamos só os músicos e técnicos no porão, e o áudio do que tocávamos era enviado lá pra cima do teatro, onde o público nos ouvia nas caixas de som.
O próprio Valério me falou sobre essa idéia – “Pensei em pôr caixas porrada lá em cima no teatro, e tocar embaixo. Depois de 1 hora de música aparentemente fixa em suporte, alguém conduziria as pessoas para o porão (…). O coração do satori pulsando no subsolo se torna aparente. Lá embaixo, apenas (…) luminárias, uma formação compacta de microfones e (…) caixas meio distantes. As pessoas sobreviventes da primeira parte se acomodariam no chão sentadas em almofadas. Lá em cima as caixas continuam à toda.”
A filmagem, feita por Tânia Neiva (que também nos ajudou na maquiagem), não está completa – a bateria da câmera acabou com pouco mais de uma hora de gravação. Mas pelo menos conseguimos fazer o primeiro registro em vídeo do Artesanato Furioso. Das 4 edições anteriores só tenho fotos – e nenhum áudio! Para os que assistirem, notem na parte 6 a entrada do público, já uma hora depois. Segundo informações da coordenação do teatro, 70 pessoas foram ao evento àquela noite, mas, à uma da manhã, quando o porão foi aberto, aproximadamente 20 “sobreviviam”.
No segundo dia, fizemos um concerto com 6 peças:
CC (Fábio Cavalcante) – peça eletroacústica com sons de defecação e improvisação com velcro, balões e panos. `Posteriormente intitulei essa música de Cu Cagão. Os improvisos ficaram a cargo do Valério (Velcro), Renato Torres (Balões) e Allan Carvalho (Panos);
MISSA (Valério Fiel da Costa) – peça para voz falada, sons gravados, metais percutidos e sintetizador;
POLUIÇÃO SONORA (Fábio Cavalcante) – para sons gravados e improvisação com balões (por Allan), copos e isopor (por Valério);
LIMIAR (Valério Fiel da Costa) – para regente, tambor de onça e 8 rói-róis;
OFERENDA À OLORUM (Alan Fonseca) – sons gravados; e
A CELA (Valério Fiel da Costa) – partida de xadrez amplificada e sons gravados.
Programa
A cenografia ficou por conta de Aldo Paz, e a iluminação, de Eddie Pereira. E as participações especiais foram de Alan Fonseca, Allan Carvalho, Cláudio Costa, Renato Torres, Sttefane Trindade, Tânia Melo; e dos enxadristas Carlos Alfredo e Ubiratan dos Santos Lopes.