Compus a melodia deste canção em 2010, para encaixar numa letra de Tom Zé (“Pavana para uma terra viva”), e com ela me inscrever num concurso que o Estadão fez chamado “Prêmio Musique“. Não tendo ganho nada no concurso, mas não querendo deixá-la no limbo, criei, em janeiro de 2017, uma letra nova pra encaixar nessa melodia antiga. É esta “Elegia doméstica”, que descreve duas cenas de violência doméstica – uma de tortura e vingança de um cão, e outra de tortura e vingança de uma mulher. A gravação foi feita no mesmo janeiro, com flauta doce soprano, violão, copo e diversos instrumentos virtuais. O desenho e a arte da capa é de Luciana Leal.
A gravação que enviei para o prêmio Musique é a que está no vídeo abaixo.
O Songbook com letra cifrada e transcrição dos instrumentos usados (voz, flauta doce soprano, synth pad e contrabaixo) está no site da Amazon.
Compus “Retumbão” em 2006, baseado num tema instrumental tocado na Marujada de Bragança, no Pará. Ele foi originalmente gravado naquele mesmo ano, no meu disco Doristi, ao som de flauta, violão, banjo e percussões. A gravação lançada agora foi feita em dezembro de 2017 e é, por sua vez, essencialmente eletrônica, feita com um controlador Maschine MK1, e duas flautas doces (contralto e soprano). A arte da capa é da Luciana Leal.
Luciana Leal desenhando a capa do single Retumbão.Capa finalizada do Retumbão (2018).
As bases deste arranjo foram criados para o show Lanoi Cid Art, que fiz em agosto de 2017, no Sesc de Aracaju, e registrado nesse vídeo.
Outra tocada do “Retumbão” está no vídeo a seguir, de fevereiro de 2007, no Teatro Waldemar Henrique, em Belém, quando apresentei as músicas do disco Doristi, acompanhado de Renato Torres (violão), Allan Carvalho (banjo), Edgar Júnior (percussão) e Rafael Barros (percussão), e dos dançarinos Ana Moraes, Lorena, Maurício e Max. E aí toquei a flauta doce soprano (na sequência, a primeira gravação).
O Songbook (para flauta doce soprano, flauta doce contralto, piano – clave de fá, e contrabaixo) está no site da Amazon.
“Fui passar na ponte” é o título de um coco tradicional da Paraíba, transcrito em partitura por Mário de Andrade em 1929, e publicado no seu livro “Os Cocos”. É um título com o qual eu já havia trabalhado antes – em 2004 gravei-o no álbum “FGC Vol. 2“, acompanhado por pandeiro, violão e flauta doce. Ouça aqui:
Mas a versão que lanço agora, apesar de ter os versos originais grafados por Mário, tem uma nova melodia do canto, que é uma criação minha, ainda que fortemente inspirada na melodia original do coco “Fui passar na ponte”. O acompanhamento é bastante eletrônico, feito quase todo com um controlador Maschine MK1. Também usei uma flauta doce contralto nos dois solos instrumentais.
“Os Cocos”, em edição da Livraria Duas Cidades, de 1984.
O coco “Fui passar na ponte” (página 83, Livraria Duas Cidades, 1984).
Processo de criação da nova melodia, a partir da original de “Fui passar na ponte”.
O songbook, com letra cifrada e transcrição dos instrumentos (voz, guitarra, piano – clave de fá, e contrabaixo), está no site da Amazon.
O vídeo a seguir é um registro deste arranjo numa tocada que fiz em 10 de agosto de 2017, no Sesc de Aracaju, na abertura do projeto Aldeia Sesc de Artes. Por sinal, foi especialmente para esta apresentação que compus esta melodia e arranjo. As ilustrações no vídeo são de Luciana Leal, e a filmagem é de Arthur Pinto, com edições minhas.
“ABC na doida” foi composta e gravada em junho e julho de 2017, e foi feita especialmente para o repertório do show “Lanoi Cid Art“, que fiz em 10 de agosto, na abertura do projeto Aldeia Sesc de Artes, no Sesc de Aracaju. Para essa gravação usei instrumentos virtuais e uma flauta doce contralto. A arte da capa é de Luciana Leal.
Luciana LealCapa de ABC na doida, por Luciana Leal
A letra, uma versão satírica do bê-a-bá, é esta a seguir.
A partitura com o arranjo desta gravação (baixo, flauta, vocal e cifras) está disponível no site da Amazon.
A tocada de “ABC na doida” no projeto Aldeia Sesc de Artes, que citei acima, está registrada no vídeo a seguir; e o show completo pode ser visto neste link.
Esta é uma interpretação minha da Mazurca tradicionalmente tocada na Marujada de Bragança/PA. É um arranjo para duas flautas, baixo e piano, acompanhados por uma base rítmica eletroacústica. Gravei em novembro de 2017 com duas flautas doces (soprano e contralto) e instrumentos virtuais. A arte da capa é de Luciana Leal.
Mazurca - Songbook (2018, Aracaju, Sergipe). Para flauta doce soprano e contralto, piano, marimba (clave de fá) e contrabaixo. Com grade completa e partes cavas.
A mazurca é uma dentre várias músicas tocadas e dançadas na Marujada, a festa em homenagem a São Benedito que acontece todo dezembro, desde 1798 – ano em que foi fundada, por negros escravos, a Irmandade do Glorioso São Benedito de Bragança. Um pouco do som dessa festa pode ser ouvido nessas duas postagens aqui do Blog FGC: Comissão das Colônias do Glorioso São Benedito de Bragança e Músicas da Marujada de Bragança – 2007.
A primeira tem registros da passagem de uma comissão de “esmoleiros” pela cidade de Ourém/PA, em 2004 e 2006; e a segunda, gravações de retumbão, xote e chorado, tocados na festa de 2007.
Trabalhei com essa mesma mazurca, ainda neste ano de 2017, num arranjo bem mais eletrônico. Foi para este vídeo gravado no Vila Aju (na época se chamava Aju Hostel), em junho passado, pouco tempo depois de ter chegado, para morar, em Aracaju.
Tanto a arranjo o vídeo acima quanto desta nova gravação apresentada no início da postagem foram baseados neste arranjo para piano.
Mazurca (2017, Aracaju, Sergipe). Arranjo a 3 vozes para piano.
Atualização de 22 de julho de 2021:
Ainda mexendo com esse tema (que eu adoro, deu pra sacar, né? 😉 ) fiz esse vídeo tocando-o num arranjo a duas vozes, bem simples (simplório mesmo!), feito mais para experimentar uns timbres novos. A partitura tá logo a seguir.
Pra finalizar, vou deixar aqui transcrito o que o livro “Tocando a Memória: Rabeca“(de Maria José Pinto da Costa de Moraes, editado pelo Instituto de Artes do Pará em 2006), fala sobre essa mazurca da Marujada de Bragança, no capítulo “A Marujada e o Culto a São Benedito: Música e Dança” (páginas 63 e 64).
A Mazurca é a quarta dança do ritual da Marujada e a primeira das danças de origem europeia. De tradição polonesa, pode ter a forma de dança ou canto. Notabilizou-se tanto entre compositores eruditos, como Chopin, quanto entre populares, como Ernesto Nazareth e Chiquinha Gozaga.
Segundo Julio Bas (1947), possui forma binário de movimento moderado, em compasso ternário simples, apresentando o ritmo básico, no qual se observa o segundo tempo apoiado.
A Mazurca bragantina tem como característica regionalista o ritmo do tambor.
Seu andamento é o Allegro, com semínima a 160, na tonalidade de Ré Menor. A coreografia, inicialmente, tem os pares enfileirados formando um círculo, para onde se dirigem os marujos que se posicionam, movimentando-se em sentido horário. Com o desenrolar da música, as marujas giram em frente aos parceiros, mudando de posição para o braço esquerdo e retornando ao braço direito sucessivamente.
FGC Vol. 1, meu primeiro álbum, lançado há exatos 15 anos, foi disponibilizado este mês nas principais plataformas de streaming e download. Até agora minha única gravação disponibilizada assim era o single Allemande, de 2015, e todas as outras estavam em sites de hospedagem sob licença CC, como Internet Archive e Overmundo. Minha intenção agora é publicá-las todas nessas novas plataformas, e fazer isso também com as criações por vir.
As 11 músicas deste álbum foram gravadas em Belém do Pará, nos anos de 2001 e 2002. O equipamento que usei foi bem enxuto. Para além de um microfone pra gravar as vozes e alguns ruídos, e um sequenciador Dr-5 da Boss, todos os demais sons foram gerados no computador do quarto – usei principalmente arquivos SoundFont, o software cSound, e uma enxurrada de efeitos sonoros digitais.
O desafio que me impus de produzir um álbum inteiro por conta própria foi o espírito deste disco. Com um número de composições suficientes e experiência com arranjos, resolvi mergulhar seriamente no estudo dos softwares de gravação e edição de som, pra ter controle sobre todo o processo da produção fonográfica. Daí a escolha pelos instrumentos virtuais. E daí também a quase ausência de parcerias, coisa que iria deixar de lado nos meus 3 álbuns seguintes (FGC Vol. 2, FGC Vol. 3 e Doristi), já cheio de parceiros.
Um parceiro neste disco foi o músico Allan Carvalho, com quem dividi a composição de “Pasta/Casa”, a segunda faixa. O disco também possui duas canções tradicionais, de domínio público: “Terezinha de Jesus” e “A Dança da Desfeiteira”. A primeira dispensa apresentação, mas gostaria aqui de acrescentar que canto nesta gravação uma estrofe não muito comum para a cantiga (“Quero ver faca de ponta / Quero ver sangue escorrer / Quero ver aquela ingrata / que me fez tanto sofrer”), mas que foi a que cresci ouvindo em casa. A segunda, “A Dança da Desfeiteira“, é um tema cantado em várias partes da região amazônica, e muito presente no repertório dos grupos parafolclóricos de Belém (entre eles o grupo Tanguru-pará, do qual eu havia sido flautista entre 1996 e 99), que a apresenta na forma de um desafio entre dois cantores, com versos irônicos tirando sarro do adversário. As demais composições são minhas.
Com todas as músicas finalizadas em dezembro de 2002, criei capas em papel reciclado para embalar os CDs, gravados caseiramente no gravador do computador, e fiz 60 cópias. E essa foi a abordagem que usei até o meu terceiro disco, o FGC Vol. 3. Em 2008, Luciana Leal fez um projeto gráfico para esse disco, com capa e encarte, e que usei desde então na distribuição virtual dele. É a base para a capa definitiva de agora – a alteração foi devido à presença de um código de barras fake na parte superior esquerda da capa, que a Luciana trocou por faixas coloridas, devido às regras de distribuição de alguns serviços de streaming (entre outras coisas, eles não permitem preços, códigos de barra e coisas do tipo nas capas). Olhe aqui esse histórico de capas pro FGC Vol. 1.
Capa de 2002.
Capa do disco FGC, Vol. 1 feita de papel reciclado, em 2002.
Capa de 2008.
Capa do disco FGC, Vol. 1, de Fábio Cavalcante, por Luciana Leal, em 2008.
Capa de 2017.
Capa do disco FGC, Vol. 1, de Fábio Cavalcante, por Luciana Leal, em 2017.
As letras completas estão disponíveis no livreto abaixo, diagramado também por Luciana Leal.
Esse é um arranjo a três vozes que preparei pra mazurca tradicionalmente tocada nas festividades da marujada de Bragança (Pará). A melodia do meio é a tradicional, e acrescentei um baixo e outra voz no registro mais agudo. É uma base pra um arranjo eletrônico que estou fazendo.
A filmagem é de Ádrio Denner, e o áudio foi captado diretamente do microfone da câmera filmado.
Allemande é o primeiro movimento do Solo para Flauta Transversal de J. S. Bach, e fiz este arranjo eletrônico (cheios de contrastes, com variações no andamento, nos timbres e no próprio clima da peça) pensando em ser executado durante desfile com peças de vestuário feitas a partir do material da exposição da Luciana.
Abaixo está a minha gravação em estúdio de Allemande, usando um controlador Maschine MK1. A capa também foi desenhada pela Luciana Leal.
Aqui estão produtos do projeto “Design de superfície na Amazônia: referências visuais da iconografia arqueológica do oeste do Pará no desenvolvimento de estampas têxteis” da Luciana Leal, contemplado pela 13ª edição da Bolsa de Criação, Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística do Instituto de Artes do Pará (IAP) – 2014.
O projeto foi idealizado com a intenção de pesquisar referências visuais em peças arqueológicas dos índios Tapajós, da região oeste do Pará, a fim de produzir estampas contínuas para aplicação em tecido. No dia 9 de dezembro rolou o vernissage da exposição no Instituto de Artes do Pará, em Belém, com 20 estampas impressas em tecido; quadros estampados; a publicação online de um catálogo com as estampas do projeto; relato de experiência da Luciana; bate-papo e uma tocada minha com controladores.
O vídeo a seguir é ilustrado com fotos e outras imagens produzidas no projeto, e o áudio dele foi o gravado na noite do vernissage.
O álbum abaixo é o registro em fotos da noite de abertura da exposição.
Luciana Leal palestrando sobre o projeto Design de Superfície na Amazônia
Público da exposição Design de Superfície na Amazônia, no IAP, Belém, 2014
Imagem da exposição Design de Superfície na Amazônica, de Luciana Leal, no IAP, Belém, Pará, em 2014.
Peças da exposição Design de Superfície na Amazônica, de Luciana Leal, no IAP, Belém, Pará, em 2014.
Peças da exposição Design de Superfície na Amazônica, de Luciana Leal, no IAP, Belém, Pará, em 2014.
Peças da exposição Design de Superfície na Amazônica, de Luciana Leal, no IAP, Belém, Pará, em 2014.
Peças da exposição Design de Superfície na Amazônica, de Luciana Leal, no IAP, Belém, Pará, em 2014.
Peças da exposição Design de Superfície na Amazônica, de Luciana Leal, no IAP, Belém, Pará, em 2014.
Peças da exposição Design de Superfície na Amazônica, de Luciana Leal, no IAP, Belém, Pará, em 2014.
Peças da exposição Design de Superfície na Amazônica, de Luciana Leal, no IAP, Belém, Pará, em 2014.
Apresentação de Allemande
Apresentação de Allemande
Vernissage da exposição Design de Superfície na Amazônia 14
E a seguir tem a tocada minha que rolou após o bate-papo com a Luciana. A música é um arranjo pro Allemande do Solo para Flauta Transversal de Bach, programado e executado num Maschine; e foi feita pensando num desfile com peças de vestuário confeccionadas a partir dos tecidos da exposição.
Se quiser acompanhar o trabalho da Luciana, tem mais coisas no perfil dela no Flickr; e para mais informações sobre o projeto, o email pra contato é [email protected].
O poeta Emir Bemerguy (Fordlândia, 1933 – Santarém, 2012), demostrou sua paixão por Santarém de muitas formas, e uma delas foi fazendo sistematicamente registros sonoros dos artistas locais. Emir gravou uma centena de fitas K7 ao longo das últimas 5 décadas, com diversos músicos e personalidades santarenas. É um material fantástico, de grande importância para os interessados na cultura amazônica, e na de Santarém em particular. Tive o prazer de ouvir uma parte dessas fitas, e, com a oportunidade de digitalizá-las, compartilho agora essas gravações aqui no blog.
As fitas têm registros do violonista Moacir Santos, do tocador de cavaco Laudelino Silva, do compositor e pianista Wilson Fonseca, do radialista Osmar Simões, do historiador Paulo Rodrigues dos Santos, entre muitos outros. Têm também leituras que o poeta fez da sua própria obra, entre poemas e crônicas, muitas delas transmitidas pelas rádios da cidade.
Uma serenata doméstica na casa de Braz Coimbra, com Emir ao violão (o terceira a partir da esquerda). (Foto do blog Saudade Perfumada)
Ressalto que muitas dessas gravações são caseiras e o clima é bastante informal. Na maioria da vezes, ele próprio apresenta os convidados, tece comentários sobre as músicas, e puxa a conversa adiante.
Selecionei para essa postagem 16 fitas do acervo sonoro do poeta. O primeiro K7 é com o violonista Moacir Santos, gravado em 15 de março de 1976.
Capa do K7 Moacir Santos
(Violão e conversa c/ Emir) – 15/03/1976
Na próxima fita, o Coral de Santarém, com 150 integrantes, se apresenta no programa radiofônico “Domingo Mobral”. Ao piano está o maestro Wilson Fonseca e na regência, Wilde Dias Fonseca. Apresentado por Emir Bemerguy, o evento abre com a crônica “Santarém: ontem, hoje, amanhã”, criticando o modelo de desenvolvimento das cidades brasileiras. Ouça aqui:
A seguir, uma apresentação do cantor Edenmar da Costa Machado “Machadinho“, acompanhado pelo cavaco de Laudelino Silva, numa edição do programa “Poemas e canções”, da rádio educadora, em 11 de fevereiro de 1968. Esta fita estava, infelizmente, bastante deteriorada, e mesmo com tratamento de áudio, o som continuou com muito chiado.
No final da década de 70 Laudelino Silva mudou-se para Belém, e Emir propôs gravar um bate-papo recheado de execuções instrumentais, a fim de registrar a partida do tocador de cavaquinho de Santarém (que neste dia tocava um bandolim). É a gravação que se ouve aqui, de 3 de agosto de 1979.
Capa do K7 Laudelino e Emir (3/8/1979). Regravação: 29/7/1994.
Em seguida temos uma reunião na casa de Emir, com Machadinho, Laudelino, e seus filhos Lúcio e Ércio, em 6 de julho 1988. O objetivo, segundo o anfitrião, era “passar alguns momentos tocando violão e bandolim, revivendo instantes preciosos e mágicos que se foram”.
Capa do K7 Machadinho, Laudelino, Emir, Emirzinho, Lúcio, Ércio (06/07/1988)
Nas próximas 3 fitas temos: o compositor Wilson Fonseca “Isoca”, ao piano, interpretando 22 das suas composições, numa tocada em 23 de outubro de 1994. Em seguida ouvimos 11 músicas ao som do órgão de Agostinho Fonseca, filho do maestro Isoca; e depois pai e filho tocam juntos.
Capa do K7 Isoca (Canções próprias) 1987. REG: 23/10/1994.
Agostinho Fonseca:
“Isoca” e “Tinho”:
A fita seguinte é uma coleção de faixas com a participação do radialista Osmar Simões (1918 – 1984), um dos fundadores da Rádio Rural de Santarém. São gravações diversas: entre elas temos uma transmissão radiofônica de uma apresentação do Coral de Santarém (faixas 1 a 3); uma entrevista com o historiador Paulo Rodrigues dos Santos, de 1968 (faixas 7 e 8); e a última crônica no rádio de Osmar Simões, de 4 de julho de 1984, sobre a inauguração da rádio rural de Santarém.
As próximas 7 fitas nos trazem a fala do próprio Emir Bemerguy.
Na primeira ele recita 13 dos seus poemas, numa gravação de julho de 1972. Os próximos dois K7 são de crônicas, lidas regularmente no microfone da rádio tropical de santarém (a primeira é de 1987; a segunda, de 1990). Depois temos mais duas fitas (a primeira de 72, a segunda de 76) com várias dezenas de poemas recitados. Como são muitos poemas, recomendo ler os títulos deles nas imagens escaneadas das “capinhas”, que estão sobre cada player. E em seguida temos mais duas fitas, gravadas com um depoimento que o poeta deu para o historiador Cristovam Sena, no ano de 1992 (a primeira parte foi feita em 25 de novembro daquele ano, e a segunda, em 17 de dezembro).
Capa do K7 Poemas Santarenos de Emir Bemerguy (8/7/1972)Capa do K7 Crônicas de Emir Bemerguy – 20/06/1987
Crônicas de Emir, vol. II:
Capa do K7 Meus poemas (I). (13/8/72)Capa do K7 Meus poemas (II) (29/2/76)
Depoimento de Emir para Cristóvão Sena, parte I:
Depoimento de Emir para Cristóvão Sena, parte II:
Vou finalizar a postagem com uma gravação de 1968. Nela, o Emir, ao lado do amigo Arnaldo de Freitas Braga, canta para este último três músicas: Extremo Consolo (Emir Bemerguy / Wilson Fonseca), Valentia e Volta (essas duas com letra e melodia de Emir). A fala final do Arnaldo sintetiza muito bem o sentimento que tive ao ter acesso ao acervo sonoro do Emir Bemerguy, e por isso a coloquei para fechar essa coleção. Ele agradece ao poeta pelo privilégio de gozar da sua amizade e pela sua sensibilidade. Essa mesma que o fez ver a importância desses registros para a posteridade (e ainda mais num país onde o descaso com a memória é um princípio), e aos quais o tempo vai conferir cada vez mais valor.