Doristi na Pauta Maldita

Eis os vídeos da apresentação do Doristi no Teatro Waldemar Henrique, no dia 15 de fevereiro de 2007, às 24 horas. Essa apresentação foi a abertura da projeto “Pauta Maldita”, que pretendia acontecer quinzenalmente, à meia-noite, mas que morreu na segunda edição, onde também participei, com o Artesanato Furioso. Infelizmente a gravação de áudio ficou péssima – o plug do gravador foi colocado no buraco errado da mesa (AARghh!). A gravação ficou baixinha e com chiado, e, irritado, pensei até em não postar nada do show. Passada a irritação, tô aqui postando tudo.

No repertório estão as músicas Alga Vive, San Ozama, Toada, Kaura-um, Retumbão, Lundu, Abacaba, Augé, Urubu, Ongom ongom, Very cat e Zaparip. Todas são do disco Doristi, exceto Urubu, parceria minha com o Allan Carvalho, e uma homenagem ao Waldemar Henrique, que no dia da apresentação faria 102 anos de idade. Jogando com a ideia de inversão da teoria doristi, eu Allan compusemos este “inversão” do sentido da letra de Uirapuru, que ficou assim:

Urubu
(Fábio Cavalcante e Allan Carvalho)

Nunca mais de triparia / Eu subi a tamandaré
O almofadinha afundava / E ficava caladinho
Iá iá, e ficava caladinho
Iá iá, caladinho almofadinha

Respeitava a realidade / e pariu olha o pombão
Despintou com humildade / que soltou o urubu
Hum hum, que soltou o urubu
Hum hum, caladinho almofadinha

Me mentiu sobre o Kojak / pai-do-fogo e o mineral
Calou do sei lá quem é / que chora com o sol a pino
Ui ui, que chora com o sol a pino
Ui ui, caladinho almofadinha

Bem na noite que eu me for / o santinho vai amar
Ele vai deixar relax / all these dirty motherfucker
Iá iá, all these dirty motherfucker
Iá iá, caladinho almofadinha

Foi feito um pedido ao público que, caso gostassem, nos vaiassem e não aplaudissem. Eles gostaram.
No meio da gravação toco na flauta a melodia do Uirapuru.

E Very cat também é uma homenagem – ao Verequete.

Contei com as participações especiais dos músicos Allan Carvalho (banjo e voz), Edgar Jr (percussão), Rafael Barros (percussão) e Renato Torres (violão, guitarra e voz), e dos dançarinos Aninha, Lorena, Maurício e Max. A filmagem foi feita pelo Josemar.

Doristi surgiu em 2005, de uma bolsa do IAP (Instituto de Artes do Pará). Dele fiz um disco, um songbook e um livro de teoria.

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Artesanato Furioso no ICA – áudio

Apresentação do grupo de arte sonora Artesanato Furioso, no ICA (Instituto de Ciências da Arte), dias 22 e 23 de setembro. O duo contou com as participações muito especiais dos músicos Alan Fonseca, Allan CarvalhoArthur Alves, Cláudio Costa e Renato Torres. Tivemos o apoio do Instituto de Ciências da Arte (ICA) e do Teatro Experimental Waldemar Henrique.

Arte do cartaz por Luciana Leal

Ouça-o no tocador abaixo.

Baixe as músicas aqui (arquivo zip). E aqui está a ficha técnica:

Sábado, 22 de setembro, meia-noite.

1. Cu cagão (Fábio Cavalcante) – partitura
Allan Carvalho: Coro, Pano
Fábio Cavalcante: Coro, Sons gravados
Renato Torres: Voz, Balão
Valério Fiel da Costa: Coro, Velcro

2. Silêncio, peixes e assombrações subaquáticas (Valério Fiel da Costa) – partitura
Arthur Alves: Cello com delay
Valério FielPiano preparado

3. Missa (Valério Fiel da Costa) – partitura
Alan, Allan, Cláudio, Judson, Renato: Panelas
Valério Fiel da Costa: Voz, Teclado

4. Música de microfonia (Valério Fiel da Costa / Fábio Cavalcante) – partitura
Fábio Cavalcante: Microfone, Toca-disco, Máquina de chuva, Balão
Valério Fiel da Costa: Microfone, Rádio, Sons gravados, Roque-roque, Balão, Molho de conchas

Domingo, 23 de setembro, 20h

1. Poluição sonora (Fábio Cavalcante)
Allan Carvalho: Balão
Cláudio Costa: Copos, Isopor
Fábio Cavalcante: Sons gravados
Valério Fiel da Costa: Copos, Isopor

2. Kensho (Valério Fiel da Costa) – partitura
Allan Carvalho: Cadeira, Roque-roque, Percussões e Voz
Cláudio Costa: Cadeira, Roque-roque, Percussões e Voz
Valério Fiel da Costa: Cadeira, Roque-roque, Percussões e Voz

3. Cirurgião (Fábio Cavalcante)
Alan Fonseca: Tarraxa de violão
Cláudio Costa: Tarraxa de violão
Fábio Cavalcante: Violão, Pente e Faca
Valério Fiel da Costa: Sons gravados

4. Trash plastic (Valério Fiel da Costa / Lilian Campesato)
Fábio Cavalcante: Plástico, Microfone, Lata de cerveja, Fita gomada
Valério Fiel da Costa: Plástico, Copo, Papel

Mais informações sobre o Artesanato Furioso aqui.

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Tanguru-Pará (1997) – Cores e Bandeirinhas

Grupo Tanguru-Pará tocando no maristas, em Belém
Fábio Cavalcante, Allan Carvalho e Márcio Macêdo

O Grupo Tanguru-Pará surgiu em 86, no bairro do Canudos (na Cipriano Santos, próximo à Segunda de Queluz), com o nome de “Nosso Carimbó”, pela iniciativa de “Seu Ailton”. Formado por dançarinos, com o tempo Seu Ailton sentiu a necessidade de montar um corpo musical para acompanhá-los. Na primeira formação estavam, entre outros, os músicos Emílio e Edson Abreu (Edinho). No ano de 96, fomos convidados pra entrar no grupo eu (flauta), Allan Carvalho (banjo, violão e voz), Márcio Macedo (violão e voz) e Edgar Junior (percussão). Vários percussionistas passavam pelo Tanguru, entre eles Nazareno, Baby e Ginga. Nesse período o grupo era coordenado pela Ana Lúcia, filha do Seu Ailton, e o coreógrafo era o Laércio.

Com essa formação (que durou um pouco mais de um ano) foram feitas dezenas de apresentações. As gravações aqui apresentadas são do show “Cores e Bandeirinhas” – título de uma música do Allan -, no projeto Uma Quarta de Música, do Centur, em junho de 1997.

Para baixar o show completo, clique aqui (arquivo zip).

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Trio Guapo no Waldemar Henrique (1998)

Cartaz de show do trio Guapo, em Belém, Pará.

Eu, Allan e Márcio já tocávamos juntos no grupo Tanguru-Pará e nos carimbós do bar Kariri (da família do Márcio). Depois montamos o Trio Guapo em 98. Foi um grupo de uma única apresentação, realizada em 12 de junho de 1998, no Teatro Waldemar Henrique. Contamos com as participações do cantor Luís Girard (com o nome grafado errado no cartaz) e do violonista Ziza Padilha (que não aparece no cartaz). O Rui Baldez (que aparece lá!) não apareceu no teatro! Os arranjos são meus.

Ouça as músicas logo abaixo. Para baixá-las, clique aqui (arquivo zip).

A ficha técnica é a seguinte:

01. Porto dos apaixonados (Ronaldo Silva)
Allan: Violão e voz
Márcio: Violão e voz
Fábio: Flauta

02. Ponta do lápis (Rodger Rogério-Clodô)
Allan: Violão e voz
Márcio: Violão e voz
Fábio: Flauta

03. Encanto (Márcio Macedo)
Márcio: Violão e voz
Fábio: Flauta

04. Tá doida (Almirzinho Gabriel)
Allan: Violão e voz
Márcio: Violão e voz

05. Três de mim (Fábio Cavalcante)
Fábio: Violão e voz
Allan PC: Violão

06. Mamãe é rica porque pode / Feira (Fábio Cavalcante)
Fábio: Violão e voz
Ziza padilha: Violão solo

07. Lua de luana (Allan Pinheiro de Carvalho)
Allan: Voz e violão
Márcio: Voz e violão

08. Estampas Eucalol(Hélio Contreiras)
Allan: Voz e violão
Fábio: Flauta

09. Genoveva (Allan Pinheiro de Carvalho)
Luís Girard: Voz
Allan: Violão
Fábio: Flauta

10. Ilharga (Allan Pinheiro de Carvalho)
Allan: Violão e voz
Márcio: Violão e voz
Fábio: Flauta

11. Mastro Bastião (Ronaldo Silva)
Allan: Violão e voz
Márcio: Violão e voz
Fábio: Flauta

12. Cantareira (Ronaldo Silva)
Allan: Violão e voz
Márcio: Violão e voz
Fábio: Flauta

A música “Três de mim” gravei em 2001 no meu primeiro disco, FGC Vol1. Ouça aqui essa gravação. O arranjo de “Mastro Bastião” foi usado na música A paca e a preguiça, do mesmo disco. Mastro Bastião também foi gravada ao vivo pelo Tanguru-pará (vou colocá-la no próximo post). O próprio Ronaldo Silva gravou ela no “Folias do Marajó”, do Arraial do Pavulagem. “Mamãe é rica porque pode” é o nome de uma outra música minha, também do Vol.1, mas que não é a mesma desta apresentação. (Que confusão, hein?!! rs) E a música Genoveva, do Allan, ganhou no ano anterior o prêmio de melhor arranjo no 1° Festival da Canção Universitária do Pará.

Essa é a única foto que tenho deste show.

Apresentação ao vivo de Fábio Cavalcante na flauta, Allan Carvalho e Márcio Macêdo, na voz e violão.
Fábio Cavalcante, Allan Carvalho e Márcio Macêdo
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Quaderna no Dia dos Pais

Allan Carvalho e Cincinato no palco
Allan Carvalho e Cincinato – Quaderna

O grupo Quaderna, formado por Allan Carvalho (violão e voz) e Cincinato Jr (voz), fizeram uma apresentação nessa sexta – 10 de agosto, no estacionamento da TV Cultura do Pará, comemorando com os funcionários da Funtelpa a passagem do Dia dos Pais. Eles foram acompanhados pelos músicos:

Edgar Júnior – percussão
Fábio Cavalcante – flauta
Nazareno Silva – percussão
Rafael Barros – percussão
Rubens Stanislaw – contrabaixo

Algumas dessas músicas são parte do disco “Quaderna”, lançado em 2006, quando o grupo ainda tinha Camilo Delduque na sua formação, e é resultado de um projeto apresentado ao IAP.

Confiram aí as gravações que fiz dessa tocada:

Para baixar o show completo, clique aqui (arquivo zip).

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Apresentações da 1ª Conferência de Cultura

Aqui estão imagens e sons de alguns grupos musicais do interior paraense que vieram à Belém tocar na Casa das 11 Janelas, durante a 1ª Conferência Estadual de Cultura, nos dias 6, 7 e 8 de julho. Um palco foi montado no cais, e as apresentações começavam 21 horas. Pena que foram noites bastante chuvosas, e o público não tinha onde se proteger. Veja fotos dos índios Wai-wai, da Família Castro, da Marujada de Quatipuru e do Boi Estrela D’alva.

Ouça aqui o som dos grupos:

Sobre as faixas acima:

Faixa 1 – Licença (Boi Estrela Dalva, de São Sebastião da Boa Vista)
Faixa 2 – Dona Bela(Família Castro, de Almerim)
Faixa 3 – Manjerona miudinha (Família Castro)
Faixa 4 – O meu anel caiu na praça (Família Castro)
Faixa 5 – Xô peru! (Marujada de Quatipuru)
Faixa 6 – Cajueiro (Os Quentes da Madrugada, de Santarém Novo)
Faixa 7 – Cacadores (Índios Wai-wai, de Oriximiná)

Para baixar todas as faixas em um único arquivo zip, clique aqui.

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Pavulagem 2007 – Derrubada dos Mastros

Derrubada dos mastros de São João, no último arrastão junino do boi Pavulagem. Gravado no dia 1° de julho de 2007, na Praça da República, na chegada do cortejo. Foi muito pai dégua! Agora é esperar o Círio, pra arrastar na Cidade Velha!

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Pavulagem 2007 – Por Dentro do Arrastão

Caminhada por dentro do batalhão do Pavulagem, gravada no arrastão do dia 24/06/2007. O vídeo mostra três momentos: a saída (no início da Av. Presidente Vargas); o meio da caminhada na mesma avenida; e a chegada na Praça da República, em frente aos mastros de São João. Reparem no talento do Rafael, o regente da galera do batuque, que esse ano aprendeu a andar de perna de pau, pra ser visto melhor por todos; e no arranjo pra finalização, que finalmente deu certo neste domingo! rs

Participou também deste arrastão o boi Pai-do-Campo, comandado por Mestre Faustino, de Ourém. Rolou uma roda de boi com ele lá na escadinha, antes da saída do cortejo,

e depois do arrastão, Faustino e Tuíte deram uma “canja” no palco montado para o show do Pavulagem. A praça estava novamente lotada!

Mestre Tuíte, além de acompanhar Faustino nas brincadeiras, é o amo do boi Geringonça, também de Ourém. Conheça um pouco dele também aqui nesta página do sítio FGC Produções.

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Boi Pai-do-Campo no Arrastão do Pavulagem

Neste domingo, 24 de junho, o boi Pai-do-Campo de Ourém estará acompanhando o arrastão do Pavulagem. O boi é comandado por Faustino Almeida de Oliveira (Mestre Faustino), que já participou do arrastão de Belém em 2005 e 2006. Mestre Faustino brinca boi na sede do município de Ourém há 19 anos, quando a família dele e de Dona Miloca, a proprietária do boi, se mudaram para o local. Antes disso o grupo brincava na comunidade do Pacuí Claro, interior de Capitão Poço, de onde são originários. Desde os 10 anos de idade, Faustino já montava o boi, com tios e irmãos.

Fábio Cavalcante e Mestre Faustino de Ourém
Eu e Mestre Faustino.

Estive em Ourém na semana passada pra combinar a vinda dos brincantes no domingo que vem, e fui a um ensaio do grupo, feito no terreiro de Dona Miloca. Entre os versos cantados pelo grupo, esses (de Mestre Tuíte, parceiro de Faustino) foram feitos especialmente pro arrastão de Belém:

“Ó meu São João
Eu tô vendo a tua imagem
Vou de Ourém pra Belém
Pro Arraial da Pavulagem

Assim que eu gosto de ver
Assim que eu gosto de olhar
Vou levar boi Pai-do-Campo
Pra Belém representar”

Esse ano o Arraial do Pavulagem colocou no repertório do arrastão duas toadas de Mestre Faustino, que são cantadas na saída do cortejo, na escadinha. São elas: “Preservação da natureza” e “Meu boi surgiu dos encantos da floresta”. Esta última foi composta para o arrastão de bois de Ourém, que acontece desde 2005, reunindo os 4 grupos em atividade de lá. As duas músicas saíram no disco Bois de Ourém (Vol. 2), gravado em 2006. Confira aqui gravações e letras dessas músicas:

Preservação da natureza
(Mestre Faustino)

“Meu batalhão saiu na rua
Mostrando sua beleza
Ele veio pedir pro povo
A preservação da natureza
Não derrube a mata verde
É isso que Deus não quer
Se derrubar mata virgem
Vai secar nossos igarapés”

Meu boi surgiu dos encantos da floresta
(Mestre Faustino)

“Meu boi surgiu dos encantos da floresta
Trazendo vida, tradição em nossa festa
Boi Pai-do-Campo tem coisa de assombração
Tem Curupira, Catirina e Folharal

“Arrasta, meu boi, arrasta
Arrasta esse povão
O tom dessa batucada
Dá força em meu batalhão
“Meu Pai-do-Campo é o gado do lugar
Tem muita força, tradição para mostrar
“Meu batalhão é criado no Pará
Está disposto à beira do Rio Guamá”

Aqui estão imagens da matança do Pai-do-Campo, em 2006.

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Pavulagem 2007 – Da Roseira Nasce a Rosa

O Boi Pavulagem completou 20 anos domingo, 10 de junho. Muita onda no aniversário! Arrastão pelas ruas, show com a praça lotada (falam em aproximadamente 10 mil pessoas!), apresentação à noite no Gasômetro, com dezenas de batuqueiros, dançarinos e sopros invadindo o teatro no final, carregando até um bolo com vela de 20 anos!!

Tenho gravado os arrastões do Pavulagem (peixe-boi, quadra junina e círio) há vários anos, primeiro devido à importância que dou ao brinquedo, que pelo tamanho que tomou, pela organização, pelas toadas lindas; é único na cidade; e depois porque gosto pra caralho daquela farra. Caminhar ao lado do batalhão sentindo o baque dos tambores; ver as cores – dos chapéus, do couro dos bois, das bandeiras, fitas; enfim, pra mim essa é uma das vantagens que Belém ainda tem (e que as tem cada vez menos!).

Este ano tive a oportunidade de estar mais perto da brincadeira, graças a um convite do Ronaldo Silva pra comandar, junto com o Allan PC, os ensaios de canto do batalhão. Um mês de ensaio (maio), e agora um mês de arrastões pela frente. Aproveitei e fiz registros de vários momentos, que vou postando aos poucos aqui no blog.

Este vídeo mostra o batalhão ao som da música “Da Roseira Nasce a Rosa”, de Mestre Cardoso, amo do Boi Ouro Fino, da cidade de Ourém (PA), e que entrou no repertório do arrastão esse ano. A letra diz:

“Da roseira nasce a rosa / Do amor nasce a amizade
Quem se ama não esquece / Quem se lembra tem saudade

Da roseira nasce a rosa / E dela nasce o perfume
Mas o amor é feliz / Quando ele não tem ciúme

O amor é uma semente / Ele vem do coração
Aonde tem o ciúme / Só dá muita confusão”

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