Liderado pelo compositor, cantor e banjoísta Felix Faccon (ex-Curuperé), o Curimbó de bolso se apresentou no dia 6 de setembro na loja Ná Figueredo, dentro do projeto Ensaio Aberto. O show foi uma prévia do segundo disco do grupo, já gravado pela “Ná Records”, e atualmente em fase de mixagem. Para esse projeto, fui convidado a fazer os arranjos dos instrumentos solistas, e toquei flauta doce.
Participaram desta apresentação os músicos Allan Carvalho (coro e violão), Fábio Cavalcante (arranjos e flauta doce), Félix Faccon (voz e banjo), João Paulo (percussão), Maria (coro), Milene Alves (coro), e Rodrigo (percussão).
Ouça a seguir as músicas do show. Para baixar o show completo em um único arquivo, clique aqui (arquivo zip).
No dia 26 de julho, Mestre Cardoso esteve na final do XXV Festival da Canção Ouremense, com a toada “Não sou norte-americano”, composta originalmente para ser cantada nas brincadeiras do boi Ouro Fino.
Ganhou o primeiro lugar na categoria “Músicas de Ourém”. Ele foi acompanhado por Allan Carvalho (banjo e voz), Elaine Borges e “Ina” (Coro), Fábio Cavalcante (flauta e arranjo), e nas percussões, por André “Mixico”, Bruno, Natalino “Caratinga” e Rafael Barros.
O video foi filmado por Arlindo Matos, que, além de ter incentivado Mestre Cardoso na inscrição, deu o título da música.
Confira a letra desta toada de Mestre Cardoso:
Não Sou Norte-Americano (Mestre Cardoso)
Minha mãe, mamãe eu vou Amanhã para o Iraque Meu filho tenha cuidado Não vá passear de táxi Que os jornais de Bagdá Anunciam os ataques
Minha mãe, quero benção Me diga adeus, que eu já vou Meu filho tenha cuidado Siga com nosso Senhor Mataram Saddam Hussein E a guerra continuou
Minha mãe quero benção Quero ouvir as vozes suas Meu filho tenha cuidado Não vacile pelas ruas Mataram Saddam Hussein E a guerra continua
Minha mãe, quero benção Não sei se eu volto este ano Meu filho tenha cuidado Pra depois não ter engano Comparar um brasileiro Com um soldado americano
Eu cantei essa toada Aqui para o pessoal Porque eu tenho memória E tenho meu ideal Compositei em toada Conforme passa o jornal
Toadas de Mestre Cardoso (amo do boi Ouro Fino, de Ourém) e Mestre Faustino (do boi Pai-do-Campo) estão no repertório do cordão do Peixe-Boi deste ano. Ambos falam da natureza. A “Preservação da natureza”, do Pai do Campo, já vem sendo cantada pelo batalhão do Pavulagem desde junho do ano passado. E “Cadê a floresta?” foi feita por Cardoso especialmente pro arrastão do próximo domingo.
Cadê a floresta? (Mestre Cardoso)
Mamãe, cadê a floresta? Nossas vertentes, beleza Os peixes da piracema Não tem mais essa riqueza
Meu filho, o rio Guamá Criou pai, filho e bisnetos Agora só tem o resto Do verde da Natureza
Mamãe, cadê a floresta? O que é que o pássaro come Meu filho, é assim mesmo Do passado fico o nome
Meu filho, o rio Guamá Desmataram as cabeceiras Não tem mais as cachoeiras E quem faz isso é o homem
Este vídeo foi feito durante a apresentação de Cardoso e Faustino na I FEMAE (Feira de Música e Arte Estudantil), promovido pelo Colégio Pe. Ângelo Moretti, dia 29/12/2007, em Ourém. Os mestres são acompanhados por: Allan Carvalho (violão), Edgar Júnior (percussão), Fábio Cavalcante (flauta), Nazareno Silva (percussão) e Rubens Stanislaw (contrabaixo). O ensaio com Cardoso que aparece no começo foi feito no sítio de Arlindo Matos.
Aproveitando o tema das toadas lançadas pelos mestres, aqui estão imagens de trechos do rio Guamá onde fazendeiros mandaram derrubar toda a mata ciliar.
E repare nas imagens a seguir: 1) Trecho do rio com uma margem preservada e outra destruída; 2) Assoreamento – as margens, sem as árvores para servir de apoio, vão caindo no rio e formando ilhas, secando e tornando a navegação impraticável; 3) Assoreamento em frente à cidade de Ourém – a linha preta traçada na foto marca o local onde ficava a margem original. Hoje, no período seco, é possível, na frente da cidade, atravessar o Guamá à pé!
Estudos feitos no município apontam que 47% da mata ciliar do rio já foi perdida, reduzindo em até 37% as espécies de peixes nas áreas mais agredidas. A situação continua, lamentavelmente, crescendo sem nenhum controle.
Eis os vídeos da apresentação do Doristi no Teatro Waldemar Henrique, no dia 15 de fevereiro de 2007, às 24 horas. Essa apresentação foi a abertura da projeto “Pauta Maldita”, que pretendia acontecer quinzenalmente, à meia-noite, mas que morreu na segunda edição, onde também participei, com o Artesanato Furioso. Infelizmente a gravação de áudio ficou péssima – o plug do gravador foi colocado no buraco errado da mesa (AARghh!). A gravação ficou baixinha e com chiado, e, irritado, pensei até em não postar nada do show. Passada a irritação, tô aqui postando tudo.
No repertório estão as músicas Alga Vive, San Ozama, Toada, Kaura-um, Retumbão, Lundu, Abacaba, Augé, Urubu, Ongom ongom, Very cat e Zaparip. Todas são do disco Doristi, exceto Urubu, parceria minha com o Allan Carvalho, e uma homenagem ao Waldemar Henrique, que no dia da apresentação faria 102 anos de idade. Jogando com a ideia de inversão da teoria doristi, eu Allan compusemos este “inversão” do sentido da letra de Uirapuru, que ficou assim:
Urubu (Fábio Cavalcante e Allan Carvalho)
Nunca mais de triparia / Eu subi a tamandaré O almofadinha afundava / E ficava caladinho Iá iá, e ficava caladinho Iá iá, caladinho almofadinha
Respeitava a realidade / e pariu olha o pombão Despintou com humildade / que soltou o urubu Hum hum, que soltou o urubu Hum hum, caladinho almofadinha
Me mentiu sobre o Kojak / pai-do-fogo e o mineral Calou do sei lá quem é / que chora com o sol a pino Ui ui, que chora com o sol a pino Ui ui, caladinho almofadinha
Bem na noite que eu me for / o santinho vai amar Ele vai deixar relax / all these dirty motherfucker Iá iá, all these dirty motherfucker Iá iá, caladinho almofadinha
Foi feito um pedido ao público que, caso gostassem, nos vaiassem e não aplaudissem. Eles gostaram. No meio da gravação toco na flauta a melodia do Uirapuru.
Contei com as participações especiais dos músicos Allan Carvalho (banjo e voz), Edgar Jr (percussão), Rafael Barros (percussão) e Renato Torres (violão, guitarra e voz), e dos dançarinos Aninha, Lorena, Maurício e Max. A filmagem foi feita pelo Josemar.