A capa é da Luciana Leal. O rosto é, originalmente, um detalhe de uma estampa dela.
Por sinal, em junho passado a Lu fez um pequeno e-book contando uma história diferente da Matinta – não como a velha agourenta, e sim como “uma pequena heroína muito esperta”. Vale à pena conhecer. Por isso eu pedi e ela me deixou colocá-lo aqui.
Em dezembro passado gravei uma música chamada “Impromptu com as Bases do Urubu Malandro“, e que consistia num “semi-improviso”, usando um controlador midi, com as bases sonoras que eu tinha preparado pra gravação do singleUrubu Malandro, dois meses antes. Fiz desde então um segundo impromptu, “Impromptu com Sons de Arroto“, e agora esse terceiro, desta vez usando sons de instrumentos acústicos de carimbós gravados em Ourém e Santarém, na época em morava nessas cidades. Assista aqui:
Esses impromptus são tocados a partir de roteiros feitos em formato de planilha. É um formato de partitura que venho testando em outras tocadas com controladores midi, e que tem me deixado satisfeito. Coloco aqui exemplos deles.
Tendo feito esses três gravações, minha ideia agora é montar um futuro álbum de impromptus, com outras músicas que já imagino fazer, sempre com essa característica comum de ser um improviso com controlador. Bora ver se rola… ⌛
Se quiser, complete a audição da série assistindo os dois impromptus anteriores.
Gravei neste dezembro a Badinerie, o movimento final da Suíte Orquestral nº 2, de Bach. Nessa minha versão deixei só a melodia principal da peça original. Ela é acompanhada por uma linha de baixo e base rítmica com instrumentos virtuais.
Usualmente tocada em andamento rápido, a melodia é apresentada aqui bem mais lenta que o usual.
O vídeo no YouTube traz junto a partitura da melodia do baixo. Assista aqui:
E a arte da capa (pai d’égua, como sempre!) é da Luciana Leal.
Esse é o terceiro single que gravo com música de Bach. Os outros dois, se quiser ouvir (ou reouvir) também, foram a Fuga II do 1º livro do Cravo Bem Temperado (aqui, de abril de 2019), e Allemande do solo para flauta transversal (aqui, de 2015). Se tudo der certo, outros virão!
Urubu Malandro é um antigo tema folclórico da região norte do estado do Rio de Janeiro (e há debates sobre sua real autoria), e um clássico do repertório do chorinho. Sua influência na história da música popular brasileira pode ser medida na quantidade de citações e coisas às quais deu nome: grupos musicais (aqui, aqui, aqui, aqui), eventos e publicações como os cadernos Urubu Malandro do Clube do Choro de São Paulo.
O songbook desse lançamento, com grade completa e partes cavas para órgão eletrônico, violão, piano, e sintetizadores de baixo, está disponível aqui no site da Amazon.
E essa é uma transcrição que fiz do tema, e que serviu de base pra gravação.
Pra finalizar, deixo aqui as duas gravações mais antigas do Urubu Malandro. A primeira é a de Lourival Inácio de Carvalho, o Louro, gravada em 1913, e que saiu com o título de “Samba do Urubu”, além de com autoria do próprio Louro. A segunda é a de Bahiano, com o Grupo da Casa Edson, gravada no ano seguinte, 1914.
A polca “Flor amorosa” foi composta por Joaquim Callado no seu último ano de vida, 1880, quando faleceu prematuramente, aos 31. O compositor e flautista já era reconhecido como a figura mais importante da cena do Choro que surgia na época. Flor amorosa foi mesmo sua última música, tendo sido publicada em partitura logo após a sua morte, com versos de Catulo da Paixão Cearense. A música se tornou um clássico do choro, e, provavelmente, a sua mais famosa composição. Neste mês de maio, gravei a música de Callado (instrumental, sem a letra de Catulo) numa versão bastante eletrônica. Ouça:
A primeira gravação de Flor amorosa é de 1902, feita na Casa Edison pelos Irmãos Eymard, na alvorada do registro sonoro no Brasil, visto que a primeira gravação no país havia sido feita no mesmo ano. Ouça aí essa delícia.
Esta é a Fuga nº 2 em dó menor, do primeiro livro do Cravo Bem Temperado, composto por Johann Sebastian Bach em 1722. As três vozes da peça, escrita para cravo, são cantadas aqui com sons de arrotos meus.
OUÇA NA SUA PLATAFORMA PREFERIDA:
A produção desta Fuga II (gravação, onde contei com a ajuda de uma latinha de coca-cola; edição de som e mixagem no Reaper) está registrada neste pequeno vídeo logo abaixo.
Em 2000, gravei uma primeira versão dessa ideia (a Fuga II “arrotada”), especialmente para uma apresentação do duo Artesanato Furioso. É a versão a seguir.
Fuga 2 em cópia manuscrita do compositor, feita no ano da composição (1722). O fac-símile completo do livro está disponível no International Music Score Library Project.
Este álbum reúne 16 músicas de trilhas que criei para teatro e vídeo. Pra ser bem exato, criei 21 trilhas sonoras, das quais 10 estão contempladas aqui. A mais antiga é “Ad Infinitum”, montada em 2000 pela Companhia Atores Contemporâneos, de Belém, e dirigida por Miguel Santa Brígida. A mais recente é “Espetáculo de você”, texto de Raquel Catunda Pereira, apresentado em 2015 pelo grupo de teatro Iurupari (da Universidade Federal do Oeste do Pará – Ufopa), e dirigido por Leandro Cazula. Todas as faixas são instrumentais, e fiz questão de fazer uma seleção com estilos diversos. Elas também foram remasterizadas especialmente para este lançamento. A arte da capa é da Luciana Leal, sobre desenho de Frederico Cavalcante.
“Vem cá, macaco” e “A lenda da Pororoca” são músicas do filme de animação “A Onda – Festa na Pororoca”, dirigido por Cássio Tavernard em 2005. Em 2009 foi lançada uma sequência: “O Rapto do Peixe-boi”, da qual a música homônima (faixa 9) é o tema de abertura. Essa sequência foi dirigida por Cássio Tavernard e Rodrigo Aben-Athar.
Gravei “Vem cá, macaco” outras duas vezes. A primeira em 2003, com sobras do meu primeiro disco, FGC Vol. 1; e a segunda em 2009, para o EP “FGC Vol. 5“. São gravações exageradamente eletrônicas, ao contrário da versão pra trilha de “A Onda”, com flautas doces sobressaindo. Ouça elas aqui:
Voltando aos filmes, eles podem ser vistos na íntegra logo abaixo. Além disso, as trilhas completas dos dois estão disponíveis nesta página do meu site FGC Produções.
“Madalenas” e “Choque”, as faixas 3 e 4, são da peça teatral “Paixão Barata e Madalenas”, apresentada pela Escola de Teatro e Dança da UFPA – ETDUFPA, em 2001. A trilha ganhou, no mesmo 2001, o prêmio de melhor sonoplastia no I Festival Paraense de Teatro, e a peça, dirigida por Wald Lima e Karine Jansen, “trouxe grandes polêmicas na cidade” de Belém.
“Catalendas” e “Catalendas II” (faixas 6 e 5) são os temas de abertura de duas temporadas do programa televisivo infantil “Catalendas”, criado pelo grupo In Bust – Teatro com Bonecos, e exibido pela TV Cultura do Pará. A primeira veio ao ar em 2002; a segunda, em 2012. O programa têm hoje um canal no YouTube com muitos episódios disponíveis. É o lugar perfeito para conhecê-lo e revê-lo. Visite-o aqui. O vídeo abaixo é a abertura do programa, na versão de 2012 (com a música Catalendas II).
“Technoão / Techno Tchu” foi feita para a versão em DVD – lançado em 2017 – do documentário Brega S.A. (de Vladimir Cunha e Gustavo Godinho). A versão original do filme, de 2009, não contém as músicas que compus pro DVD; mas como encontrei na internet apenas a versão original, é ela que compartilho aqui.
“Entrada dos Palhaços” e “O Mágico” (faixas 8 e 10) foram compostas e gravadas para “Chico Tripa – Diário de um Palhaço”. Este é um projeto de Cássio Tavernard, apresentado sob a forma de vídeo-performance, em 2009, no antigo Instituto de Artes do Pará. A parte em vídeo da vídeo-performance está na íntegra no YouTube – e logo abaixo. A trilha sonora completa pode ser ouvida aqui.
“Espetáculo de você” e “Mas ainda podem” (faixas 11 e 13) são, como falei antes, da peça “Espetáculo de você”, de Raquel Catunda Pereira, apresentado pelo grupo de teatro Iurupari (da Universidade Federal do Oeste do Pará – Ufopa), e dirigido por Leandro Cazula, em 2015. A trilha sonora completa e mais informações deste espetáculo estão aqui.
“Dança do Enteu” (faixa 15) foi feita em 2000, para a peça “Ad Infinitum”, da Companhia Atores Contemporâneos, com direção de Miguel Santa Brígida; e “Lua” (faixa 12) é da peça “Ora noite, ora dia”, montada em 2002 pelo grupo In Bust – Teatro com Bonecos.
Por fim, “No Reino de Hades” e “Mariazinha, The End” (faixas 14 e 16) são do filme “Quem vai levar Mariazinha para passear?”, dirigido por André Mardock em 2012. O filme está disponível no YouTube, no canal do próprio diretor. Assista aqui:
Este é um lundu tradicionalíssimo tocado e dançado na Ilha do Marajó, no Pará. É uma música também bastante conhecida em outras áreas do Estado do Pará, muito devido aos grupos parafolclóricos que o carregam como um clássico no repertório. Produzi essa gravação em fevereiro e março de 2018, e nela toquei duas flautas doces (soprano – a que toca a melodia original – e contralto), violão, e uma variedade de instrumentos virtuais. A arte da capa arrasadora é, mais uma vez, da Luciana Leal.
Arte de Luciana Leal
O songbook com a transcrição do arranjo desta gravação(para flauta doce soprano, flauta doce contralto, guitarra e contrabaixo) está no site da Amazon.
Trabalhei o Lundu Marajoara incontáveis vezes, e guardo o registro de quatro delas. O primeiro é de quando fui membro do Tanguru-pará, em 96 e 97. Tocávamo-lo em todas as apresentações, tanto como tema principal quanto como melodia incidental. Na gravação a seguir, feita ao vivo no projeto “Uma Quarta de Música”, do Centur, em junho de 1997, ela surge como tema incidental no arranjo para duas flautas de “Mastro Bastião”, de Ronaldo Silva. O voz é de Allan Carvalho.
E eis o mesmo arranjo, tocado em junho de 98 numa apresentação do Trio Guapo (formado por mim, Allan Carvalho e Márcio Macêdo – todos também membros do Tanguru-pará), no Teatro Experimental Waldemar Henrique.
Em 2000 gravei esse lundu com um arranjo exageradamente eletrônico feito no Fruity Loops. Esta gravação foi posteriormente reunida com outras da mesma época no álbum FGC Vol. 0, e é esta aqui:
E em 2010 regravei o Lundu, de novo apenas com sons eletrônicos, e usando o Reaktor. Já deu pra notar que eu amo esse tema, né? A gravação e um vídeo onde toco essa versão de 2010 numa participação no programa 7 Set Independente, da TV Cultura do Pará, estão abaixo.
Compus “Retumbão” em 2006, baseado num tema instrumental tocado na Marujada de Bragança, no Pará. Ele foi originalmente gravado naquele mesmo ano, no meu disco Doristi, ao som de flauta, violão, banjo e percussões. A gravação lançada agora foi feita em dezembro de 2017 e é, por sua vez, essencialmente eletrônica, feita com um controlador Maschine MK1, e duas flautas doces (contralto e soprano). A arte da capa é da Luciana Leal.
Luciana Leal desenhando a capa do single Retumbão.Capa finalizada do Retumbão (2018).
As bases deste arranjo foram criados para o show Lanoi Cid Art, que fiz em agosto de 2017, no Sesc de Aracaju, e registrado nesse vídeo.
Outra tocada do “Retumbão” está no vídeo a seguir, de fevereiro de 2007, no Teatro Waldemar Henrique, em Belém, quando apresentei as músicas do disco Doristi, acompanhado de Renato Torres (violão), Allan Carvalho (banjo), Edgar Júnior (percussão) e Rafael Barros (percussão), e dos dançarinos Ana Moraes, Lorena, Maurício e Max. E aí toquei a flauta doce soprano (na sequência, a primeira gravação).
O Songbook (para flauta doce soprano, flauta doce contralto, piano – clave de fá, e contrabaixo) está no site da Amazon.